O Homem, desde há milhares de anos que se sente fascinado por estes maravilhosos insetos luminosos.
Nas selvas sul-americanas, por exemplo, os índios usavam e possivelmente ainda usam pirilampos como objetos de adorno (em colares) e como lanternas.
Na Idade Média, em Inglaterra, como aparentemente eram muito abundantes, eram por vezes usados como tochas.
Existe um monumento em Inglaterra, que menciona os pirilampos, como um dos animais que tiveram um papel importante na primeira guerra mundial, ao permitirem aos soldados ler com a sua luz, mapas estratégicos, na escuridão da noite.
Na China as crianças pobres, quando não tinham luz para lerem os livros da escola (à noite) utilizavam a luz dos vaga-lumes. No Japão os pirilampos são associados a equilíbrio e harmonia entre o Homem e os outros seres vivos, pois são eles os «mensageiros». Na Ciência são muito tidos em conta devido a sua eficiência luminosa (95% de eficiência energética contra os 5% de uma lâmpada normal) e à utilidade que têm para a Medicina, utilizando-se as suas moléculas, por exemplo ,na deteção de cancros em fase precoce.
Estudos científicos, têm salientado também o papel importante que têm na saúde dos ecossistemas naturais, pois como predadores que são (estritamente carnívoros na maioria das espécies), os pirilampos não só ajudam a impedir que as suas presas sejam demasiado numerosas, como posicionam-se entre os melhores bioindicadores pois acumulam nos seus tecidos, muitas das substâncias contidas nas suas presas.
Na Agricultura, também têm um papel bio controlador, ajudando a controlar o crescimento exagerado de caracóis e lesmas, poupando milhares e milhares de euros todos os anos, em potenciais prejuízos agrícolas, de forma eficiente e limpa ao contrário dos pesticidas que são dispendiosos, poluem e podem ser bastante tóxicos. Assim no Nepal e na Nova Zelândia, os pirilampos foram e são ainda utilizados na agricultura biológica.
Os pirilampos estreitam os laços sociais entre diferentes comunidades, pois em alguns países (Japão, Taiwan, UK e Estados Unidos, por exemplo) várias pessoas de diversas idades, origens e meios sociais, juntam-se, convivem e participam em excursões para observar pirilampos. Esta coexistência, também serve para estreitar a ligação do Homem com a Natureza. Na poesia (Ocidental, Oriental e até Tribal) existem várias referências aos pirilampos e para as crianças, poucos animais mexem mais com a curiosidade e com o mundo de sonhos, que os vaga lumes!
Os pirilampos são também uma atração turística na Malásia, em Taiwan, nos USA e no México, por exemplo, onde o turismo em torno destes insetos, cresceu tanto, que alguns silvicultores, por exemplo, começaram a limitar as suas atividades habituais, e a optar antes pela conservação da floresta e pelo turismo ecológico (sobretudo tendo em vista a observação dos pirilampos).
Consequentemente, várias estruturas de suporte ao turismo dos pirilampos, surgiram entretanto.
Em certos países europeus, já se organizam caminhadas para a observação de pirilampos (como em Portugal e em Inglaterra, por exemplo).
Esperemos assim que os pirilampos ajudem a fortalecer a ligação do Homem com a Natureza, nas próximas gerações.
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Este é um blog dedicado à bioluminescência de todo o mundo, mas com particular destaque a Portugal. Poesias, reportagens, imagens, descrições científicas é tudo bem vindo a este espaço.
Tuesday, April 10, 2007
A relação entre o Homem e o vaga-lume no nosso planeta
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