Mas as tonalidades que influenciam o amarelo durante o brilho da larva de Luciola variam aparentemente (quando observadas a olho nú e tal aspeto é aparentemente corroborado por filmagens), aparecendo por vezes verde e até laranja.
Alteração realizada em 2018:
Órgãos luminosos de Luciola lusitanica (?), segundo Papi (baseando-se nas populações presentes em Itália):
Macho adulto (esquerda) e fêmea adulta
Órgãos luminosos de Luciola lusitanica (?), segundo Gonçalo Figueira (baseando-se nas populações presentes no Centro de Portugal):
Macho adulto (esquerda) e fêmea adulta
Como se pode ver, existe, aparentemente, uma notória diferença nas fêmeas adultas, o que me leva a crer, que podem tratar-se de espécies distintas (a não ser que haja algum lapso na descrição de Papi, mas não me parece, pois pode-se ver uma autofotografia às luzes da fêmea de Luciola encontrada em Itália a confirmar a configuração dada acima).
No encontro internacional dedicado aos pirilampos, realizado em Gaia (2007), durante a minha apresentação eu indiquei (assim (aqui) de forma resumida) que a espécie presente em Portugal, possue (no caso das fêmeas) luminescência em 2 (grandes) órgãos luminosos, formando 2 barras.
A bioluminescência das fêmeas adultas de Luciola que existem no Centro de Portugal, já foi filmada por mim (e posso enviá-la a quem quiser): a luminosidade apresenta-se bem visível na área indicada acima, confirmando as observações feitas antes de 2007.
Mas a diferença que tenho apontado nos órgãos luminosos das fêmeas (relativamente ao que tem sido encontrado em Portugal e Itália), também possivelmente se estende aos machos, mas curiosamente, no plano dorsal:
Macho de Luciola lusitanica (?) João Luis Teixeira (PBG, Portugal)
Macho de Luciola lusitanica (?) (João Luis Teixeira, PBG. Portugal).
Macho de Luciola lusitanica (?) (Pierre Gros, França).
Macho de Luciola lusitanica (?) (Pierre Gros, França).
Macho de Luciola lusitanica (?) (Dragisa Savic, Sérvia).
Como se pode verificar nas fotos, no caso da França e da Sérvia, a cutícula (do lado dorsal) aparentemente, apresenta-se algo opaca e com um pigmento escurecido, sobre um dos segmentos que são dotados de órgãos luminosos, enquanto no caso de Portugal, é apresentada, na mesma estrutura, uma despigmentação da cutícula (do lado dorsal), permitindo uma maior transmissão da luz para o dorso.
Com esta descrição, penso que são pertinentes várias questões: quantas espécies de Luciola existem afinal na Europa e será que se pode ainda dizer que a espécie de Luciola que existe em Portugal é a mesma que existe em França, Itália, Sérvia e em mais alguns países?
Quando o nome da espécie foi criado, foram utilizados exemplares de que países para proceder à descrição da espécie?
Será que ao dizer Luciola lusitanica, estamos apenas a designar os exemplares que foram originalmente utilizados na descrição da especie e que dependendo da sua origem, existe a possibilidade de que a espécie que ocorre em Portugal, afinal não ser uma Luciola lusitanica, propriamente dita?
E já agora, será que todos os insetos designados vulgarmente de «Luciola lusitanica», no nosso país, pertencem à mesma espécie?
Parece-me que se vai fazer um estudo comparativo detalhado (à anatomia e genética, por exemplo), e neste momento já estou a participar num estudo genético, que inclue «Luciola» de Portugal (e esperemos, de mais países europeus)!