Sunday, March 30, 2025

Atividades de inverno na Reserva Lightalive Quinta de Óbidos

 

A vegetação junto a duas linhas de água, vai ser reforçada com mais loureiros, salgueiros-brancos, amieiros e freixos, que entretanto foram plantados experimentalmente (tanto no local definitivo como em vasos e recipientes):


                                                                                

Loureiro


Jovens loureiros



Freixos plantados por estaca


Estacas de salgueiro.branco e amieiro



Salgueiros.brancos e amieiros 



Algumas árvores, foram resgatadas de um pomar de macieiras, pois iam ser arrancadas:

Algumas das árvores resgatadas


Foram, portanto,  depois plantadas na Quinta de Óbidos. 

O seu desenvolvimento vai ser monitorizado e tentativas serão feitas, para que não sofram com a seca do primeiro verão.


Na quinta também tem sido estimulada a utilização de stock local de plantas selvagens alimentícias, como acelgas, espinafres, ervilhacas, malvas, urtigas, espargos, etc...


Umbigo de vénus


Umbigo de vénus


Sedum album

Espargo-bravo-menor


Mais espargos (Asparagus acutifolium)


Duas acelgas.bravas e uma malva.







Foram também construídos hibernáculos para invertebrados, como este em cima.
Quando o frio aperta, podem-se ver várias larvas de pirilampo concentradas dentro do hibernáculo (e algumas em posição fetal).
Em apenas cerca de 30 cm2 chegaram-se a contar 9 larvas e isto baseado nas que são vistas a brilhar.


Durante o trabalho de campo, foi encontrada manta morta bioluminescente que deu origem a este cogumelo:





Provavelmente este cogumelo apenas brilha através do micélio, pois nada foi observado no fruto. 
Manta morta a brilhar recolhida no mesmo lugar há uns anos atrás (poderá ser da espécie retratada em cima):


Está neste momento a ser identificado por Vasco Fachada.





Na noite de 27 de Janeiro, além de várias larvas de Luciola,  encontrei uma larva de Lamprohiza paulinoi com cerca de 2 cm de comprimento. 

Larva apresenta alguns pontos luminosos


Aparência da larva com flash







Muitas larvas de Luciola lusitanica foram resgatadas pois ocorriam num caminho pedestre que era frequentemente utilizado.






Serão alimentadas e depois soltas a uns metros de distância, num local mais seguro e já mais perto da data de emergência dos adultos, que é para aumentar as chances de sobrevivência.


Duas larvas de Luciola lusitanica


Larvas de Luciola também são necrófagas


Luz de uma larva de Luciola




No dia 1 de Fevereiro foi filmada uma larva de Lampyris:  https://youtu.be/0v_r3maT42k?si=JfcX-ctJ3xs0q6d7


Uma larva de Lampyris foi também observada a tentar caçar um caracol Portugala inchoata  a 9 de Fevereiro. (depois colocarei uma versão sem marca de água):

https://www.youtube.com/watch?v=6AvOq84F7wo

 Q caracol para se defender até balouçou a concha lateralmente para ambos os lados, e a raspou no chão, para se livrar da larva.

É possível que esta larva de Lampyris tivesse pouco veneno, pois estava bem alimentada e isso poderá significar que teve uma refeição recentemente e consequentemente, menos veneno do que é normal.
Independentemente disso, as larvas de Luciola aparentemente são mais eficazes a lidar com esta espécie de caracol, pois tenho-as visto a forçarem entrada na abertura da concha do caracol e assim tornam-se muito difíceis de sair de lá: empurram o caracol para dentro e caso este consiga sair, elas colocam-se de lado (mas ainda dentro da concha..) para o fintar e na mesma desferir golpes. Por vezes começam logo a alimentar-se e nem esperam que morra.


Na noite de 22 de Fevereiro, centenas de larvas de Luciola foram avistadas ao longo de  um percurso de cerca de 2 kms e algumas já eram de boas dimensões (muitas provavelmente irão tornar-se adultas este ano, e a intensidade luz produzida por alguns exemplares era razoável, podendo ser visíveis desde vários metros de distância.

Foi também avistada e capturada uma centopeia bioluminescente, cuja deteção se deveu à observação de uma pequena poça de muco luminoso produzido pela mesma. A luz , passados uns segundos apagou-.se.

Provavelmente foi uma reação defensiva, provocada pela vibração no solo criada pela minha aproximação involuntária ao local onde a centopeia se encontrava.

Não tive tempo para fotografar a luz, mas capturei o exemplar para fazer a identificação:





Sempre que a temperatura ficava amena, uma grande cantoria de animais era audível, a fazer recordar fases mais quentes do ano:




Sunday, November 10, 2024

 Óbidos, Outubro de 2023
 Isto são ramos colonizados pelo fungo luminoso Armillaria sp (foto tirada  com um telemóvel).

 Algumas partes brilhavam com alguma intensidade.

 Pode clicar nas imagens para as ampliar.









.

Frutos de Armillaria (possivelmente A. mellea) obtidos a partir de madeira colonizada pelo exemplar acima:



 




Nas frutificações ainda em crescimento foi possível observar luminescência, mas assim que o fruto atingiu maior tamanho, tal fenómeno deixou de poder ser observado.










Saturday, November 09, 2024

 

Na noite de 6 de Novembro de 2024, junto à Reserva Lightalive da Quinta de Óbidos, foi observada luminescência em pequenos cogumelos (tanto no fruto como no micélio), e também foram observadas várias larvas de Luciola lusitanica a brilhar no solo, mas também em cima de arbustos.

Todo o fruto do cogumelo brilhava, 

As condições meteorológicas, eram amenas e húmidas (tinha chovido durante o dia), a noite esteve particularmente escura, e estávamos no início de Novembro , o que favoreceu a observação do fenómeno.
A vegetação no local era densa (ainda que também fossem observados micélios a desenvolver-se no meio de um caminho pedestre coberto de vegetação herbácea), produzindo sombra, humidade e muita matéria orgânica.
No coberto arbóreo dominavam o carvalho-cerquinho, o sobreiro, o loureiro e o pinheiro-bravo, enquanto a silva predominava no sector arbustivo.
Micélios luminosos iluminavam o húmus, assim como alguns ramos caídos no chão e em certos pontos formavam pequenos tapetes e pequenas «cascatas de luz», tal a impressão que criavam ao observador, quando se olhava para dentro da vegetação cerrada.
As cascatas de luz, deviam-se ao simples facto de em certos locais, o micélio desenvolver-se em terreno inclinado.
Fiadas de pequenos cogumelos luminosos cresciam em pequenos ramos, nomeadamente de pinheiros-bravos e silvas.

Tal fenómeno foi observado ao longo de um caminho pedestre (que pode ser visto nas imagens), por mais de 20 metros de distância.

Algumas amostras foram obtidas para identificação.
A presença de micélios luminosos, também já foi observada dentro da Quinta de Óbidos e dada a proximidade, poderá tratar-se da mesma espécie.

Diferentes espécies de fungos luminosos ocorrem na região.
Autênticas bolas de folhas luminosas, por vezes são observadas no chão das florestas da região, podendo ser observadas desde alguma distância, tal o tamanho e a intensidade da luz emitida. 


Em 2018, também documentei este fenómeno: https://pirilampos-lightalive.blogspot.com/2018/02/folhas-luminosas.html


Algumas fotos foram tiradas com o telemóvel ao habitat (melhores serão tiradas depois), aos cogumelos e a última foto em baixo, mostra a luz emitida por um pequeno pedaço de micélio coletado no local por mim, há alguns anos atrás (esta foto foi tirada por Gonçalo Lemos). Pode clicar na foto para ver uma versão aumentada.





                                                                       

       

                                                                                















Thursday, July 04, 2024

 


                                        RESERVAS  LIGHTALIVE 2024



                                           Mata Pequena (Mafra)
                                           Quintinha (Paços de Ferreira)
                                           Templo das Aves Canoras (Viseu)
                                           Quinta do Roseiral (Coruche)
                                           Biovilla (Palmela)
                                           Quinta de Óbidos (Leiria)
                                           Quintal da Tocha (Cantanhede)
                                           APP Vale da Amoreira (Rogil)
                                           Quinta da Corema (Rogil)
                                           Quinta de Lagos (Faro)
                                           Peninha (Sintra)
                                           Alto do Monge (Sintra)
                                           Malveira (Mafra)  
                                           Paisagem Protegida de Lousada (Porto)
                                           Parque Urbano de Lousada (Porto)
                                           Quinta de Reguengos (Évora)              
                                                                                
                                                            

Como é possível verificar na lista em cima, mais reservas se juntaram ao nosso projeto.


Em fase de conclusão, está a entrada de mais 5 reservas a esta iniciativa. 


Talvez seja pertinente mencionar que em algumas destas reservas, são organizadas caminhadas guiadas para observar pirilampos (abertas ao público). 

Também participamos em eventos fora das nossas reservas, tendo já coordenado diversas caminhadas desde 2011 e de Norte a Sul de Portugal, tanto ao serviço de câmaras municipais como de privados. 


 Será publicado um artigo mais detalhado sobre as novas reservas, assim como sobre as que se mantêm desde o início desta iniciativa. 


Luís Guilherme Sousa, presenteou-nos com estas duas fotos tiradas nas duas reservas situadas em Lousada (parque urbano e paisagem protegida)



Larva de Phosphaenus hemipterus


Fêmea de Lamprohiza mulsantii


                                              

                                                 

                                                Este é o nosso novo ícone:




             Caso alguém saiba de algum melhor, aguardamos por sugestões.









Monday, April 15, 2024

 Avistamentos de 2024 



Tenho recebido muitas descrições de observações de pirilampos e de outros seres bioluminescentes. 

Por isso  decidi abrir o tema dos avistamentos. 

Quem já viu alguma coisa  e quiser partilhar o seu achado, tente, se possível, responder às seguintes questões:

1- Local e hora do avistamento (o mais pormenorizado que poder indicar, melhor).

2- Condições atmosféricas (se estava a chover, húmido, seco, temperaturas (aproximadamente))

3- Condições de luminosidade do local (se tinha iluminação artificial perto, longe ou nenhuma, se sim de que cor era a luz).

4-Que tipo de luminosidade (produzida pelo ser vivo) foi avistada? Qual a cor? Piscava ou mantinha-se sempre acesa? Produzia pulsares?

5- Quantos seres luminosos (aproximadamente) viu a produzirem luz?

6- Em que habitat estava o ser luminoso (floresta, campo aberto, berma de caminho, praia, mar, etc...)? 

7- Por fim, diga-nos o que é que o ser luminoso estava a fazer (a comer, a acasalar, a descansar, a andar, a nadar, a voar, etc...)?


As suas informações são muito importantes, pois geralmente muito pouco se sabe sobre estes seres misteriosos. 

Pode também dar um relato mais sintético sem responder a algumas das questões. 

Em muitos locais do mundo se assiste a diminuição notória do número das espécies luminosas e assim se vai perdendo um dos maiores espetáculos da natureza...

Mas ainda estamos a tempo de inverter essa tendência!


Para saber mais detalhes sobre o que poderá estar a encontrar, pode consultar o nosso guia simplificado sobre os pirilampos de Portugal e mais algumas formas de bioluminescência em Portugal:
: Bioluminescência terrestre em PortugalGuia dos pirilampos de Portugal e Bioluminescência marinha em Portugal

Também estamos ao dispôr para esclarecer qualquer dúvida sobre bioluminescência ou sobre saídas de campo para a observação de seres luminosos.

Envie as questões/informações de preferência por email para: livinglightfestival@gmail.com

Ou então pode deixar a sua mensagem nos comentários (em baixo).


Obrigado!




Fêmea de Lamprohiza paulinoi





  

Primeiros pirilampos adultos de 2024


 Este ano recebemos a primeira observação de um pirilampo adulto (macho de Luciola lusitanica)  a 3 de Março desde Faião, Sintra (avistado por Armando Caldas no seu jardim). 


Na Reserva Lightalive de Óbidos (já a 13 de Abril), foi também visto um macho adulto de Luciola lusitanica. 


Friday, September 22, 2023

   Desenho exemplificativo de uma aproximação de um  macho de Luciola lusitanica a uma fêmea (Papi,  anos 60).


  Quando estabelecido o contacto  visual, o macho procede a uma dança durante a qual troca flashes com a fêmea 
Se a correspondência for correcta, o macho irá poisar junta da fêmea, e trocará  os últimos sinais luminosos com a mesma,  para saber exatamente onde se encontra.  


 

Lampyris em arte do século XIX

 



Larva de Lampyris (RK Philp. 1857. Page 257)


Lampyris macho e fêmea
Insect Miscellanies, James Rennie, 1831, Page 224.


Fêmeas de Lampyris
AL Bond. 1883. Page 19.


Thursday, May 11, 2023

                       Avistamentos de 2023 



Tenho recebido muitas descrições de observações de pirilampos e de outros seres bioluminescentes. 

Por isso  decidi abrir o tema dos avistamentos. 

Quem já viu alguma coisa  e quiser partilhar o seu achado, tente, se possível, responder às seguintes questões:

1- Local e hora do avistamento (o mais pormenorizado que poder indicar, melhor).

2- Condições atmosféricas (se estava a chover, húmido, seco, temperaturas (aproximadamente))

3- Condições de luminosidade do local (se tinha iluminação artificial perto, longe ou nenhuma, se sim de que cor era a luz).

4-Que tipo de luminosidade (produzida pelo ser vivo) foi avistada? Qual a cor? Piscava ou mantinha-se sempre acesa? Produzia pulsares?

5- Quantos seres luminosos (aproximadamente) viu a produzirem luz?

6- Em que habitat estava o ser luminoso (floresta, campo aberto, berma de caminho, praia, mar, etc...)? 

7- Por fim, diga-nos o que é que o ser luminoso estava a fazer (a comer, a acasalar, a descansar, a andar, a nadar, a voar, etc...)?


As suas informações são muito importantes, pois geralmente muito pouco se sabe sobre estes seres misteriosos. 

Pode também dar um relato mais sintético sem responder a algumas das questões. 

Em muitos locais do mundo se assiste a diminuição notória do número das espécies luminosas e assim se vai perdendo um dos maiores espetáculos da natureza...

Mas ainda estamos a tempo de inverter essa tendência!


Para saber mais detalhes sobre o que poderá estar a encontrar, pode consultar o nosso guia simplificado sobre os pirilampos de Portugal e mais algumas formas de bioluminescência em Portugal:
: Bioluminescência terrestre em PortugalGuia dos pirilampos de Portugal e Bioluminescência marinha em Portugal

Também estamos ao dispôr para esclarecer qualquer dúvida sobre bioluminescência ou sobre saídas de campo para a observação de seres luminosos.

Envie as questões/informações de preferência por email para: livinglightfestival@gmail.com

Ou então pode deixar a sua mensagem nos comentários (em baixo).


Obrigado!