Tratavam-se sobretudo de carvalhos-cerquinhos, sobreiros, mas também alguns loureiros. Foram, portanto, depois plantados na Quinta de Óbidos.
O seu desenvolvimento vai ser monitorizado e tentativas serão feitas, para que não sofram com a seca do primeiro verão.
Os loureiros têm aqui especial importância, tendo sido apontado o Oeste da Estremadura, como um dos raríssimos locais da Europa continental, onde a espécie sobreviveu, durante o auge da última grande Idade do Gelo.
Na quinta de Óbidos e arredores, a espécie apresenta uma variedade local, com folhas relativamente grandes.
Na quinta também tem sido estimulada a utilização de stock local de plantas selvagens alimentícias, como acelgas, espinafres, ervilhacas, malvas, urtigas, espargos, etc...
Umbigo de vénus
Sedum album
Espargo-bravo-menor
Mais espargos (Asparagus acutifolium)
Duas acelgas.bravas e uma malva.
Foram também construídos hibernáculos para invertebrados.Neste caso, consistem numa aglomeração com cerca de 1 mettro quadrado, de diferentes tipos de ramos e alguns pedaços mais volumosos de madeira (para dar suporte, isolamento e abrigo contra a chuva).
Quando o frio aperta, podem-se ver várias larvas de pirilampo concentradas dentro do hibernáculo (e algumas em posição fetal).
Em apenas cerca de 30 cm2 chegaram-se a contar 9 larvas e isto baseado nas que foram vistas a brilhar.
Durante o trabalho de campo, foi encontrada manta morta bioluminescente que deu origem a este cogumelo:
Provavelmente este cogumelo apenas brilha através do micélio, pois nada foi observado no fruto.
Manta morta a brilhar recolhida no mesmo lugar há uns anos atrás (poderá ser da espécie retratada em cima):
Está neste momento a ser identificado por Vasco Fachada.
Em Dezembro e em Janeiro, em algumas partes da quinta, era relativamente comum obsevar minhocas bioluminescentes,:
Exemplar capturado para identificação
Luz produzida por uma minhoca luminosa
Na noite de 27 de Janeiro, além de várias larvas de Luciola, encontrei uma larva de Lamprohiza paulinoi com cerca de 2 cm de comprimento.
Larva apresenta alguns pontos luminosos
Aparência da larva com flash
Muitas larvas de Luciola lusitanica foram resgatadas pois ocorriam num caminho pedestre que era frequentemente utilizado.
Serão alimentadas e depois soltas a uns metros de distância, num local mais seguro e já mais perto da data de emergência dos adultos, que é para aumentar as chances de sobrevivência.
Duas larvas de Luciola lusitanica
Larvas de Luciola também são necrófagas
Luz de uma larva de Luciola
No dia 1 de Fevereiro foi filmada uma larva de Lampyris: https://youtu.be/0v_r3maT42k?si=JfcX-ctJ3xs0q6d7
Uma larva de Lampyris foi também observada a tentar caçar um caracol Portugala inchoata a 9 de Fevereiro. (depois colocarei uma versão sem marca de água):
https://www.youtube.com/watch?v=6AvOq84F7wo
Q caracol para se defender até balouçou a concha lateralmente para ambos os lados, e a raspou no chão, para se livrar da larva.
É possível que esta larva de Lampyris tivesse pouco veneno, pois estava bem alimentada e isso poderá significar que teve uma refeição recentemente e consequentemente, menos veneno do que é normal.
Independentemente disso, as larvas de Luciola aparentemente são mais eficazes a lidar com esta espécie de caracol, pois tenho-as visto a forçarem entrada na abertura da concha do caracol e assim tornam-se muito difíceis de sair de lá: empurram o caracol para dentro e caso este consiga sair, elas colocam-se de lado (mas ainda dentro da concha..) para o fintar e na mesma desferir golpes. Por vezes começam logo a alimentar-se e nem esperam que morra.
Na noite de 22 de Fevereiro, centenas de larvas de Luciola foram avistadas ao longo de um percurso de cerca de 2 kms e algumas já eram de boas dimensões (muitas provavelmente irão tornar-se adultas este ano), e a intensidade luz produzida por alguns exemplares era razoável, podendo ser visíveis desde vários metros de distância.
Foi também avistada e capturada uma centopeia bioluminescente, cuja deteção se deveu à observação de uma pequena poça de muco luminoso produzido pela mesma. A luz , passados uns segundos apagou-.se.
Provavelmente foi uma reação defensiva, provocada pela vibração no solo criada pela minha aproximação involuntária ao local onde a centopeia se encontrava.
Não tive tempo para fotografar a luz, mas capturei o exemplar para fazer a identificação:
Acidentalmente, por vezes, foram encontrados répteis e anfíbios a precisar de uma intervenção para os salvar:
Este tritão-pigmeu-de-Lisboa (espécie nova para a ciência descrita em 2024), foi encontrado numa estrada alcatroada, com algum trânsito e depois foi solto num ribeiro, longe de estradas, onde a espécie ocorre naturalmente:
Já em liberdade e num local mais seguro
Este sapo-comum (Bufo spinosus) também foi encontrado na mesma estrada e solto num ribeiro, longe de perigo:
Esta rã-de-focinho-pontiagudo (Discoglossus galganoi) foi encontrada num bebedouro para gado, e por isso foi necessário colocar uma rampa para a mesma poder sair, assim que quisesse:
Na Quinta de Óbidos, foi necessário retirar esta salamandra-de-fogo de dentro deste recipiente, para em seguida colocá-la junto a uma das linhas de água temporárias da quinta, onde a espécie está presente:
Este inverno, também dentro da quinta, foi encontrada uma fêmea de lagarto-de-água (Lacerta schreiberi) dentro de um tanque, do qual não conseguia sair, tendo sido, por isso, colocada uma rampa de madeira, para a mesma conseguir sair (assim como qualquer outro animal, que possa lá cair). Passados poucos minutos, já tinha saído. Não neste inverno, mas em Setembro de 2023, foi resgatado um lagarto-de-água (jovem macho) de dentro de um coletor de chuva), tendo sido solto, após se aquecer no meu braço:
Presumivelmente, deveria estar à procura de água (foi uma fase muito seca) e por isso decidi instalar um bebedouro para a fauna, na zona onde foi encontrado.
Poucos dias depois, foi avistado perto do bebedouro.
A aproveitar a presença de outro bebedouro, esteve esta rã-verde de grandes dimensões (Rana perezi):
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A zona baixa da Quinta, também foi investigada e foram observadas várias larvas de pirilampos (Luciola lusitanica), mesmo durante a fase mais fria do inverno, particularmente dentro da floresta, onde as temperaturas eram mais amenas e a humidade mais constante:
Loureiros
Ribeiro
Jovens salgueiros-brancos
Caracol (Cepaea nemoralis)
Polipódio
Lírios selvagens
Polipódios e heras a atapetar salgueiros-brancos
Salgueiros-brancos de grandes dimensões
Lírios selvagens, medronheiros, adernos, gilbardeiras, loureiros, entre outros:
Caracoleta
Madressilva a crescer perto de sobreiro
Um homem adulto conseguiria meter-se dentro desta árvore
Mais de perto (populus nigra nigra).
Fungo luminoso colonizou alguns pedaços de madeira
Sempre que a temperatura ficava amena, uma grande cantoria de animais era audível, a fazer recordar fases mais quentes do ano: