Tuesday, May 30, 2017

Aconteceu a 20 de Maio...




Visita aos pirilampos do vulcão adormecido.

Foi numa noite quente, ao som dos grilos e dos rouxinóis, que se realizou uma iniciativa Aldeia da Mata Pequena/Projeto Lightalive. 
Tudo começou com uma apresentação feita por mim sobre os pirilampos conhecidos da Mata Pequena e sobre o tema da bioluminescência. 
Com a lotação esgotada, tanto pequenos como mais graúdos, participaram depois num percurso guiado, que começou pelo aldeamento da Mata Pequena até a um vulcão adormecido, que teve como base os locais onde se podem observar pirilampos, tendo sido ainda também abordados temas diversos relacionados com os pontos de interesse que se encontraram ao longo de todo o caminho.  
 Com uma brisa a ecoar misteriosamente nos montes, o espetáculo luminoso continuou pela noite dentro, mas os participantes humanos, ainda que heroicamente persistentes, foram-se rendendo ao cansaço e tiveram que retornar à pitoresca Aldeia da Mata Pequena, onde um pequeno «lanche» foi oferecido a todos os presentes.



                                            Rua principal da Aldeia da Mata Pequena


                                                  
Durante o dia...






Cascata do Rio Mourão




Wednesday, May 24, 2017



Já viu algum pirilampo? Ou outro ser vivo luminoso?

Tenho recebido algumas informações de avistamentos de vaga lumes e de outras formas bioluminescentes. Mas relanço aqui o assunto. Quem tiver visto algum, por favor, envie-me um email, pm ou até um «comment».

Tente enviar uma resposta, que responda às seguintes questões:
1- Local e hora do avistamento (o mais pormenorizado que poder indicar, melhor).
2- Condições atmosféricas (se estava a chover, húmido, seco, calor ou outros...)
3- Condições de luminosidade do local (tinha iluminação artificial perto, longe ou nenhuma, se sim de que côr era a luz).
4-Que tipo de luz emitia o pirilampo? Côr? Piscava ou mantinha-se sempe acesa? Pulsares?
5- Em que habitat estava o pirilampo (floresta, campo, berma de caminho, etc...)? Diga-nos também se souber em que plantas o animal estava poisado ou a sobrevoar.
6- Por fim diga-nos o que é que o vaga lume estava a fazer? A comer, a acasalar, a descansar, a andar, ou a voar, etc...

As suas informações são muito importantes, pois muito pouco se sabe sobre estes animais misteriosos. Pode também dar um relato mais sintético sem responder a algumas das questões. Em muitos locais se assiste a diminuição notória dos seus números e assim se vai perdendo um dos maiores espetáculos da natureza.


Também temos interesse em outras formas de bioluminescência.


Para saber mais detalhes sobre o que poderá estar a encontrar, pode consultar livremente o nosso guia sobre os pirilampos de Portugal e mais algumas formas de bioluminescência em Portugal (que foram publicados já em Julho de 2014) emBioluminescência terrestre em PortugalGuia dos pirilampos de Portugal e Bioluminescência marinha em Portugal.


Envie as informações de preferência por email para: livinglightfestival@gmail.com

Obrigado!!




Dorso de fêmea de Lamprohiza sp. (Coimbra)
       


Friday, May 19, 2017

Lamprohiza fotografada há 2 dias atrás



                                                   Por Jorge Morais (Bragança)



                             
                                        Luz produzida por macho de Lamprohiza paulinoi


Este tipo de brilho (produzido junto à cabeça) pode ter um objetivo anti-predatório (dando a impressão de serem 2 grandes olhos). Este macho de Lamprohiza paulinoi, tinha mais luzes (que acendeu mais tarde) como é normal na espécie, mas quando foi exposto a ruídos, abriu estas 2 luzes (e muito tenuamente, uma das luzes atrás).



Monday, May 15, 2017

Mais 2 fotos









                                                         

Primeiras fotos de sempre (!): Fêmea de Phosphaenopterus metzneri














Pela primeira vez, foi encontrada e fotografada a fêmea da espécie Phosphaenopterus metzneri.
   A Ciência até então, desconhecia o seu aspeto.
   Tem uma luminescência muito mais complexa e extensa do que a foto leva a crer (pois foi tirada      com muita luz ambiente).
   Melhores descrições e fotos serão feitas posteriormente.




Monday, April 24, 2017



E vai começar hoje um congresso internacional dedicado aos pirilampos, mais precisamente em Taipé (Taiwan): International Firefly Symposium 2017.



Um dos acontecimentos que levou à escolha de Taipé, para este evento, foi o da reintrodução de pirilampos no interior de alguns espaços verdes da capital Taiwanesa:

https://www.youtube.com/watch?v=wk7tYp4OROg&spfreload=5


Um documentário sobre as espécies de lampirídeos de Taiwan:

https://www.youtube.com/watch?v=wJIQpu89nYU&t=739s


Tuesday, March 28, 2017

Aparecem os primeiros pirilampos adultos de 2017



Aconteceu ontem (27/03), na Freguesia de Santa Maria de Belém.

Foram avistados 6 pirilampos adultos (3 machos e 3 fêmeas de Luciola lusitanica) e curiosamente, uma larva de Lampyris sp.
O género Lampyris tem uma distribuição bastante restrita, nesta região.
Em baixo, seguem-se 2 fotos tiradas por Nuno Cabrita, à espécie Luciola lusitanica.



















                     


                                                                                 
















             



Wednesday, February 01, 2017



O ano de 2016, ficou marcado por algumas saídas de campo (abertas ao público), com uma adesão enorme (chegando ao limite de inscrições em todas as saídas) e pelo grande número de novas localidades a adicionar à distribuição que é correntemente conhecida para várias espécies de pirilampos.
Algumas espécies que apresentam uma distribuição restrita, viram também a sua área de ocorrência (conhecida) aumentada. E existem exemplares de escaravelhos luminosos, que ainda estão por identificar. 
Não se registou uma variação drástica no numero de pirilampos avistados em 2016, em relação ao ano anterior (2015). Alguns locais registaram grandes aglomerações de pirilampos (mais do que o normal), enquanto outros, registaram um pequeno decréscimo. Os cogumelos luminosos, também receberam novas referências, assim como o leque de espécies luminosas conhecidas no nosso país, se tornou mais amplo. O mesmo se passou para as centopeias luminosas (mais um género descrito como bioluminescente (no nosso país) e mais uma localidade a juntar às anteriores).
Também ainda vão aparecendo descrições de bioluminescência marinha.
Apesar de ser pleno inverno, foram ainda assim conseguidos, dezenas de registos, para o primeiro mês do ano de 2017...
Resta saber o que nos reservam os restantes meses deste ano...
 Continuo sempre à espera de novos relatos, por isso continuem a enviar avistamentos ou o que quiserem partilhar sobre o tema, já sabem, podem deixar as vossas observação na secção dos comentários ou então podem enviar mensagens diretamente para o meu email: livinglightfestival@gmail.com 
 Um grande obrigado a todos, que colaboraram e colaboram com esta investigação e iniciativa! 


                                          Macho e fêmea de Lamprohiza paulinoi (Miranda do Douro)


        http://umdiadecampo.blogspot.pt/2016/05/caga-lume-vaga-lume-ou-pirilampo.html#comment-form
                                   


Sunday, January 01, 2017


Alguns padrões luminosos criados pela deslocação de golfinhos em zonas com dinoflagelados:
























Para iniciar o ano de 2017, aqui vai um pequeno vídeo com dinoflagelados:

https://www.youtube.com/watch?v=n_u6pvnkO0k&feature=youtu.be

Existem 2 teorias sobre a razão pela qual dinoflagelados e vários crustáceos marinhos produzem luz.
Uma indica a hipótese de o fazerem para confundir os predadores (podendo até «cegá-los temporariamente e assim fugir, antes que estes recuperem) e a outra defende que a luz é produzida para iluminar o atacante e assim alertar potenciais predadores de maior tamanho sobre a presença do agressor, tornando este mais vulnerável por sua vez, a ataques (este tipo de defesa chama-se de «burglar alarm»).



                 Luz produzida por um camarão luminoso





Quando, por vezes, animais nadam em zonas com muitos dinoflagelados, vários milhares acendem em resposta, provocando o aparecimento de uma luz azul, que se pode manter por um bom tempo, caso a zona onde estão continue a ser «perturbada».
Em algumas praias, também se podem ver ondas iluminadas durante horas a fio,  sobretudo na zona de rebentação, pois a simples movimentação da água, provoca várias explosões de luz nos dinoflagelados.
                                                                                                       

E boas notícias!
A área do Parque Marinho dos Açores aumentou (passa agora a ter 17 áreas protegidas):


 














Engloba pelo menos quase a totalidade do território marítimo dos Açores e uma área de cerca de 900.000 km2.
Existe a probabilidade desta enorme «reserva natural» aumentar (devido à reavaliação da área total da ZEE,portuguesa, que ainda se encontra em curso (mas a haver alguma alteração, será para o aumento desta área)). E gere inclusivamente algumas áreas limítrofes, que poderão ser futuramente incluídas na sua área, com o possível aumento da ZEE.
A sede do Parque Marinho dos Açores, fica na ilha do Faial.
E quais os objetivos principais do Parque Marinho dos Açores?
Conservar uma área de enorme biodiversidade, geodiversidade  de grande importância estratégica para os Açores e para Portugal.
Sendo uma área muito rica em fenómenos de bioluminescência, é também uma notícia muito bem vinda, para o nosso projeto!           



Wednesday, November 09, 2016



Tenho recebido observações oriundas de diferentes partes do país, em que várias formas de bioluminescência têm sido avistadas. Alguns testemunhos, são registos completamente novos para a região em causa.
Após um Verão longo, bastante quente e seco, o Outono, trouxe-nos elevados níveis de humidade, somados a temperaturas amenas, o que tem proporcionado condições muito boas, para a observação de bioluminescência.

Embaixo, está uma fotografia que tirei a uns cogumelos luminosos (Omphalotus olearius)
Pode clicar na imagem para ver a foto aumentada.
Penso que se trata da primeira fotografia à bioluminescência produzida por fungos, em Portugal.
Ao vivo a luz era mais evidente do que na fotografia, e mesmo assim os exemplares ainda não tinham alcançado o seu nível máximo de tamanho e de luminosidade e até estavam sujos com partículas de solo e húmus.. 
Coloquei  o meu nome porque achei pertinente, decerto faltará fazer o mesmo a outras tantas fotografias de minha autoria, que tenho aqui no blog. O tempo de exposição precisa de ser maior, para captar mais detalhadamente a bioluminescência.
Para a próxima faz-se melhor!



                                                                                          

                                           


Wednesday, September 14, 2016

Ilustração de peixe luminoso e boas novas





Malacosteus sp.




Boas notícias relativamente à utilização generalizada de luz LED no nosso país (a ser concretizada, claro):


Falta agora saber qual a côr que vai ser utilizada nas iluminações e se os candeeiros vão ter uma orientação amiga do ambiente (ver aqui: http://pirilampos-lightalive.blogspot.pt/2014/05/poluicao-luminosa.html).




 Gonostoma elongatum




Chiasmodon niger



Malacosteus niger













                                       Espécie não identificada que produz luz amarela





Estas ilustrações estão presentes no livro «Fire in the Sea: Bioluminescence & Henry Compton's Art of the Deep»

H. Compton descreveu a Gonostoma elongatum como: «tão brilhante como uma strip de Las Vegas.»
Mas outras espécies são igualmente bastante luminosas: uma espetacular ilustração da espécie Chiasmodon niger, mostra a bioluminescência desta espécie, somada à da luminosa presa que esta conseguiu apanhar, com grupos de luzes ao longo de corpo (de cores diferentes).
As espécies aqui representadas e identificadas estão presentes em Portugal (e tantas outras mais que aparecem no livro).
Henry Compton, biólogo marinho, fez muitos mergulhos no Golfo do México, e tinha como hábito, apanhar animais abissais, observá-los e fotografá-los num quarto escuro durante horas. Fez algumas  descrições taxonómicas assim como escreveu algumas estranhas narrativas sobre os animais que via.
    David McKee, o autor deste livro, infelizmente nunca teve a chance de conhecer pessoalmente Compton, pois este morreu, na mesma semana em que os dois iam supostamente se encontrar. 
    Depois da morte de Compton, 2 caixas que continham os seus pertences, foram encontradas na                        garagem da sua cunhada, onde ficaram uns 6 meses, até esta se decidir a comunicar a sua               presença, junto de David McKee. Ambos se reuniram e David ficou espantado com a quantidade           de informação e os desenhos de Henry Compton.
    Após a publicação da obra, «Foi como se tivesse dado à luz», disse McKee.
    O livro inclue 59 pinturas de Compton, taxonomia, narrativas e alguma informação sobre as                           profundidades  abissais oceânicas e sobre o próprio Henry Compton.







Sunday, August 28, 2016



"Bussaco ao Luar" com meia centena de participantes

Foi um sucesso sem precedentes a última edição do Bussaco ao Luar (iniciativa Projeto Lightalive e Fundação mata do Bussaco), no passado dia 20 de Agosto. Primeiro, fiz uma apresentação sobre a bioluminescência e os pirilampos do Bussaco, na qual estiveram presentes 50 inscritos (atingindo assim o limite permitido) e depois seguiu-se um percurso orientado pela Mata, que teve como base os principais locais onde se podem observar pirilampos, sendo ainda abordadas outras temáticas relacionadas com os pontos de interesse que se encontraram ao longo de todo o percurso. 
No final, houve ainda tempo para o habitual lanche-convívio entre os participantes, com idades compreendidas entre os 6 e os 70 anos.





Friday, July 22, 2016























  Assim foi...






    Participantes na caminhada nocturna do dia 21 de Julho



                             














   Participantes na caminhada nocturna do dia 20 de Julho





Tal como no dia 17 de Junho, nos dias 20 e 21 de Julho, fui guia de uma caminhada na serra lisboeta à noite. 
O número de inscrições atingiu rapidamente o limite permitido, para cada saída! 
Ambas as noites estiveram calmas, mornas e com uma lua enorme (de tons avermelhados e depois alaranjados!), a surgir no horizonte.
Foram passeios feitos com passada lenta e a falar (baixinho...), ao som dos grilos e das rãs, sobre o lugar do Parque Florestal na nossa cidade, da importância do Centro de Recuperação de Animais Selvagens, e claro… Sobre os PIRILAMPOS. Um pedaço de noite interessante, para quem esteve presente. 
Mas se perdeu esta oportunidade “única” não desanime, no próximo ano haverão mais caminhadas para ver as «luzes alfacinhas».





Sunday, July 17, 2016


Nos nossos campos, por esta altura do ano, as espécies ditas estivais (nomeadamente do género Lampyris e Nyctophila, por exemplo) entregam-se à reprodução, com numerosas fêmeas a tentar atrair um macho, com a sua luz forte, verde e estável.

Tenho recibido alguns relatos, em que a luz das fêmeas, por vezes, de um dia para o outro, se deixa de ver. Ora isto pode ter diferentes explicações: a fêmea pode ter entretanto logrado o acasalamento e deixado de brilhar, pode ter sido morta ou levada por algo ou alguém ou pode simplesmente ter terminado o seu ciclo de vida, sem ter conseguido atrair um parceiro.
Também poderão haverão outras explicações, mas serão provavelmente menos comuns.



                                                     
Fêmea de Lampyris noctiluca










Mais 2 fotos de Torres Vedras



                             





E duas fotos oriundas da Quinta do Alcube (Nuno Cabrita)


Friday, July 15, 2016


A descrição de uma observação feita em Sintra em 1873: «The glowworms and fireflies that perhaps lighted the fairy revels still linger here. You may see them in the summer evenings, and as you saunter along the “Passeio dos Amores”—or other shady grove.»

http://www.alagamares.com/a-visita-de-lady-jackson-a-sintra-em-1873/



Aqui fica já agora, a tradução de tal excerto, feita por Camilo Castelo Branco (em 1877):
«Dir-se-hia que os pyrilampos e as moscas phosphoricas ainda relampejam nas orgias das bruxas que por alli se vão mirrando. Em noites estivas, podeis vel-as no Passeio dos Amores ou em qualquer bosque fechado.»


Mais sobre este local (agora nos nossos dias): http://palacio-de-sintra.blogspot.pt/2012/05/fonte-dos-amores-em-sintra-com.html

Será que ainda existem lá pirilampos, nos dias de hoje? Isso seria algo interessante de averiguar.


Aqui vai uma foto tirada em Sintra no dia 13 de Junho de 2017:

                                       © Adriano Neves - adrianon.com - instagram.com/acseven
                                                        Fotografia utilizada com autorização do Autor