Wednesday, November 09, 2016



Tenho recebido observações oriundas de diferentes partes do país, em que várias formas de bioluminescência têm sido avistadas. Alguns testemunhos, são registos completamente novos para a região em causa.
Após um Verão longo, bastante quente e seco, o Outono, trouxe-nos elevados níveis de humidade, somados a temperaturas amenas, o que tem proporcionado condições muito boas, para a observação de bioluminescência.

Embaixo, está uma fotografia que tirei a uns cogumelos luminosos (Omphalotus olearius)
Pode clicar na imagem para ver a foto aumentada.
Penso que se trata da primeira fotografia à bioluminescência produzida por fungos, em Portugal.
Ao vivo a luz era mais evidente do que na fotografia, e mesmo assim os exemplares ainda não tinham alcançado o seu nível máximo de tamanho e de luminosidade e até estavam sujos com partículas de solo e húmus.. 
Coloquei  o meu nome porque achei pertinente, decerto faltará fazer o mesmo a outras tantas fotografias de minha autoria, que tenho aqui no blog. O tempo de exposição precisa de ser maior, para captar mais detalhadamente a bioluminescência.
Para a próxima faz-se melhor!



                                                                                          

                                           


Wednesday, September 14, 2016

Ilustração de peixe luminoso e boas novas





Malacosteus sp.




Boas notícias relativamente à utilização generalizada de luz LED no nosso país (a ser concretizada, claro):


Falta agora saber qual a côr que vai ser utilizada nas iluminações e se os candeeiros vão ter uma orientação amiga do ambiente (ver aqui: http://pirilampos-lightalive.blogspot.pt/2014/05/poluicao-luminosa.html).




 Gonostoma elongatum




Chiasmodon niger



Malacosteus niger













                                       Espécie não identificada que produz luz amarela





Estas ilustrações estão presentes no livro «Fire in the Sea: Bioluminescence & Henry Compton's Art of the Deep»

H. Compton descreveu a Gonostoma elongatum como: «tão brilhante como uma strip de Las Vegas.»
Mas outras espécies são igualmente bastante luminosas: uma espetacular ilustração da espécie Chiasmodon niger, mostra a bioluminescência desta espécie, somada à da luminosa presa que esta conseguiu apanhar, com grupos de luzes ao longo de corpo (de cores diferentes).
As espécies aqui representadas e identificadas estão presentes em Portugal (e tantas outras mais que aparecem no livro).
Henry Compton, biólogo marinho, fez muitos mergulhos no Golfo do México, e tinha como hábito, apanhar animais abissais, observá-los e fotografá-los num quarto escuro durante horas. Fez algumas  descrições taxonómicas assim como escreveu algumas estranhas narrativas sobre os animais que via.
    David McKee, o autor deste livro, infelizmente nunca teve a chance de conhecer pessoalmente Compton, pois este morreu, na mesma semana em que os dois iam supostamente se encontrar. 
    Depois da morte de Compton, 2 caixas que continham os seus pertences, foram encontradas na                        garagem da sua cunhada, onde ficaram uns 6 meses, até esta se decidir a comunicar a sua               presença, junto de David McKee. Ambos se reuniram e David ficou espantado com a quantidade           de informação e os desenhos de Henry Compton.
    Após a publicação da obra, «Foi como se tivesse dado à luz», disse McKee.
    O livro inclue 59 pinturas de Compton, taxonomia, narrativas e alguma informação sobre as                           profundidades  abissais oceânicas e sobre o próprio Henry Compton.







Sunday, August 28, 2016



"Bussaco ao Luar" com meia centena de participantes

Foi um sucesso sem precedentes a última edição do Bussaco ao Luar (iniciativa Projeto Lightalive e Fundação mata do Bussaco), no passado dia 20 de Agosto. Primeiro, fiz uma apresentação sobre a bioluminescência e os pirilampos do Bussaco, na qual estiveram presentes 50 inscritos (atingindo assim o limite permitido) e depois seguiu-se um percurso orientado pela Mata, que teve como base os principais locais onde se podem observar pirilampos, sendo ainda abordadas outras temáticas relacionadas com os pontos de interesse que se encontraram ao longo de todo o percurso. 
No final, houve ainda tempo para o habitual lanche-convívio entre os participantes, com idades compreendidas entre os 6 e os 70 anos.





Friday, July 22, 2016























  Assim foi...






    Participantes na caminhada nocturna do dia 21 de Julho



                             














   Participantes na caminhada nocturna do dia 20 de Julho





Tal como no dia 17 de Junho, nos dias 20 e 21 de Julho, fui guia de uma caminhada na serra lisboeta à noite. 
O número de inscrições atingiu rapidamente o limite permitido, para cada saída! 
Ambas as noites estiveram calmas, mornas e com uma lua enorme (de tons avermelhados e depois alaranjados!), a surgir no horizonte.
Foram passeios feitos com passada lenta e a falar (baixinho...), ao som dos grilos e das rãs, sobre o lugar do Parque Florestal na nossa cidade, da importância do Centro de Recuperação de Animais Selvagens, e claro… Sobre os PIRILAMPOS. Um pedaço de noite interessante, para quem esteve presente. 
Mas se perdeu esta oportunidade “única” não desanime, no próximo ano haverão mais caminhadas para ver as «luzes alfacinhas».





Sunday, July 17, 2016


Nos nossos campos, por esta altura do ano, as espécies ditas estivais (nomeadamente do género Lampyris e Nyctophila, por exemplo) entregam-se à reprodução, com numerosas fêmeas a tentar atrair um macho, com a sua luz forte, verde e estável.

Tenho recibido alguns relatos, em que a luz das fêmeas, por vezes, de um dia para o outro, se deixa de ver. Ora isto pode ter diferentes explicações: a fêmea pode ter entretanto logrado o acasalamento e deixado de brilhar, pode ter sido morta ou levada por algo ou alguém ou pode simplesmente ter terminado o seu ciclo de vida, sem ter conseguido atrair um parceiro.
Também poderão haverão outras explicações, mas serão provavelmente menos comuns.



                                                     
Fêmea de Lampyris noctiluca










Mais 2 fotos de Torres Vedras



                             





E duas fotos oriundas da Quinta do Alcube (Nuno Cabrita)


Friday, July 15, 2016


A descrição de uma observação feita em Sintra em 1873: «The glowworms and fireflies that perhaps lighted the fairy revels still linger here. You may see them in the summer evenings, and as you saunter along the “Passeio dos Amores”—or other shady grove.»

http://www.alagamares.com/a-visita-de-lady-jackson-a-sintra-em-1873/



Aqui fica já agora, a tradução de tal excerto, feita por Camilo Castelo Branco (em 1877):
«Dir-se-hia que os pyrilampos e as moscas phosphoricas ainda relampejam nas orgias das bruxas que por alli se vão mirrando. Em noites estivas, podeis vel-as no Passeio dos Amores ou em qualquer bosque fechado.»


Mais sobre este local (agora nos nossos dias): http://palacio-de-sintra.blogspot.pt/2012/05/fonte-dos-amores-em-sintra-com.html

Será que ainda existem lá pirilampos, nos dias de hoje? Isso seria algo interessante de averiguar.


Aqui vai uma foto tirada em Sintra no dia 13 de Junho de 2017:

                                       © Adriano Neves - adrianon.com - instagram.com/acseven
                                                        Fotografia utilizada com autorização do Autor
                                              


Thursday, June 30, 2016




http://www.cm-lisboa.pt


No passado dia 17 de Junho, participei na coordenação técnica de uma visita de campo para ver pirilampos, numa iniciativa levada a cabo pelo Centro de Interpretação do Parque Florestal de Monsanto (Câmara Municipal de Lisboa).

Foi um tempo realmente bem passado, não só porque vimos vaga lumes, mas também porque houve uma grande adesão do público, com pequeninos e crescidos, a mostrar uma curiosidade aguçada e grande interesse em conhecer melhor (ao vivo), o mundo secreto dos pirilampos.




  




Fireflies - Drizzle of stars

In pleasant dark
When night falls
They glimmer
They shimmer
As shiny pearls of sky

In petals of night
As flowers of night
They twinkle 
They glisten
As shiny pearls of sky

In branches and leaves
Playing hide and seek
They flicker
They sparkle
As yellow stars of sky

I wished that in my life
My stars shine bright
To give me the sign
To follow the right path
And they glimmer
They shimmer
Like a firefly


Katyayani (2014)









O lume que eu vejo na noite,
Queria acolhê-lo na mão
Em concha, fechada... Que sorte
Vagasse mais perto do chão.

Ah Vagalume, Pirilampo!
Bichinho que parece estrela!
Tão livre, no escuro, brincando,
Só mesmo porque tem lanterna.

Besourinho. Parece vindo
De um outro planeta, encantado.
Brinca de esconde, distraindo-me
No seu pisca-pisca esverdeado.

Célia Lima, 2008



Sunday, May 08, 2016


Os achados de diferentes espécies de pirilampos, sucedem-se com o avançar da Primavera.
Uma das espécies reportadas é a Lamprohiza paulinoi:





















Fotografados no vale do Tua (em 2015), por um dos nossos colaboradores (Luis Guilherme Sousa), vários machos desta espécie (e não só...), sentem-se atraídos por uma fêmea e disputam entre si o direito ao acasalamento.







Luzes vivas iluminam os campos:

https://www.youtube.com/watch?v=tsmzOCzDY6w

https://www.youtube.com/watch?v=BoMGO5k_xJw

E uma grande foto:






































                                                              Luciola lusitanica - Nuno Cabrita



Sunday, March 27, 2016


Foi no passado dia 24 de Março, que se avistou o primeiro pirilampo adulto deste ano (uma fêmea de Luciola lusitanica). Mais precisamente em Sintra (numa zona de baixa altitude). No dia seguinte, foi encontrado um macho, quase na mesma região.
Trata-se de uma data algo precoce para esta zona, mas dentro do normal, para zonas mais quentes e secas da Estremadura.



                                      Luciola lusitanica macho (João Luis Teixeira, 2008)


                               
                                                 Luciola lusitanica (Nuno Cabrita)



Thursday, February 11, 2016


Como prometido, aqui estão algumas fotos (provisórias, depois pretendo tirar mais e melhores) de um espaço verde situado em Lisboa (Santa Maria de Belém), onde houve intervenção camarária, no sentido de melhorar as condições do solo e da vegetação local. 
Em 2014/2015, foi espalhado humus, foram plantadas espécies nativas que anteriormente ocorriam no local, foram colocadas pilhas de troncos, para proteger o solo e foram colocadas vários contentores novos para o lixo. 
A vegetação entretanto instalada, sobreviveu perfeitamente ao verão (2015). Convém lembrar, que em anos anteriores, não havia quase qualquer vegetação no solo (mesmo durante as fases mais húmidas) e algumas árvores estavam em perigo de vida. 
Uma colónia local de diferentes espécies de insetos luminosos, tem sido monitorizada, desde o ano de 1997. 
Poucos anos após o início da investigação, foi registado um decréscimo acentuado no número de pirilampos, e em 2007/2008 (até ao presente), 3 espécies encontravam-se aparentemente extintas no local. 
Uma espécie ainda aparecia, mas em numeros muito baixos (por vezes, apenas um exemplar aparecia no mesmo local, durante várias noites seguidas, sem conseguir atrair um parceiro). Pela primeira vez, a floresta estava escura e privada dos espetáculos luminosos que envolviam centenas de intervenientes que brilhavam, por vezes, mesmo em simultâneo. 
Como até em anos mais favoráveis à sua ocorrência, o número de insetos luminosos continuava a descer, decidimos tentar tomar a decisão de intervir, pois algo errado se passava e as causas, como se foi averiguando com o passar do tempo, eram de origem humana. 
As próprias árvores da floresta, começaram também a definhar, ocorrendo até a morte de alguns exemplares, portanto era necessário que se tomasse uma decisão urgente, pois algumas destas árvores, são até bastante antigas e de valor conservacionista importante. 
Algumas causas do problema, foram efetivamente o remover de rochas que protegiam o solo, o pisoteio , mas sobretudo a remoção excessiva de vegetação e humus, dentro desta pequena floresta. 
Tal provocou um desequilibrio no solo e consequentemente na vegetação e nos seus habitantes. Era agora mais dificil sobreviver aos períodos mais quentes e secos do ano. 
Valeu assim bastante a pena, a minha cooperação com a Câmara Municipal de Lisboa, que foi pronta e precisa, nas suas decisões e ações, intervindo na área em questão, poucos meses, após o início das nossas comunicações. 
A ideia é conseguir um elevado grau de sustentabilidade ecológica, com o mínimo de intervenção, sem no entanto, descurar a vertente paisagística.
Espera-se agora (assim que o ponto de equilibrio seja finalmente estabelecido), que a fauna local (como várias populações de pirilampos) volte de novo a habitar este pequeno e ressuscitado oásis de vida, dentro da urbe lisboeta.



                                   
                                       





                               




Saturday, November 14, 2015



                                                                    Terry Lynch




Friday, October 23, 2015



                                 Video com cortejo nupcial de pirilampos