Friday, March 23, 2007

Internacional


Desde Kitakyushu, Japão.

No Japão, em uma região rural de Kitakyushu, muitas pessoas começaram a ficar doentes e algumas morreram . Nesse dado momento, os pirilampos também começaram a desaparecer. Toda a comunidade local  ficou preocupada com essa situação e decidiu investigar o que estava matar os pirilampos e as pessoas. Não durou muito tempo, até se aperceberem que era a poluição do rio Kokumano que estava não só a poluir as culturas que eram irrigadas (com as suas águas) mas também a destruir a fauna e flora locais.
Antes de tal acontecer, esta região era um «paraíso», em que as pessoas iam pescar ao rio, admirar as luzes dos pirilampos e o canto das aves.
A partir dos anos 60, as condições começaram a degradar-se, o rio recebeu descargas poluentes da indústria local. Uma floresta mais perto da sua nascente foi totalmente abatida e as chuvas arrastaram assim os desprotegidos solos e encheram o rio de lama.
Nos anos 70, iniciou-se uma campanha: grupos de mulheres, idosos e crianças juntaram-se para plantar vegetação nas suas margens, para retirar o lixo e educarem a população para a questão da poluição. Admirada e sensibilizada, a Administração da cidade de Kitakyushu reagiu e colocou um sistema de desvio de águas, que direcionava a água dos desperdícios urbanos para fora do rio, indo para uma zona de tratamento de águas residuais.
1200 larvas de pirilampo foram libertadas nos anos 80 pela Sociedade de estudo de pirilampos. Apenas 20 emergiram como adultos.
Mas as notícias de que os pirilampos estavam de volta,  espalharam-se rapidamente!
Posteriormente, procedeu-se a um processo de «naturalização» das margens do rio, em que foi reconstruído o habitat com pedras, com a plantação de vegetação nativa local e foi feito o nivelamento das margens do rio.
Em 1981, foram observados 300 pirilampos adultos perto do rio Kokumanu.
Eventos culturais, festejaram o sucesso desta iniciativa, criando o Festival dos Pirilampos, que em Junho de 1981, atraíu mais de 10.000 pessoas.
Devido a estas ações, tal situação atraíu investimentos de empresas que doaram ajudas para a reabilitação ambiental desta região. Agora já atrae mais de 40.000 pessoas!
O renascimento e reaparecimento dos pirilampos, tornou vivo o sucesso da proteção ambiental e juntou as pessoas num movimento ambiental e cultural, sem precedentes.
As aves voltaram, os peixes e os pirilampos também. As árvores crescem verdes e fortes.
O pirilampo tornou-se o símbolo no Japão, de união e harmonia entre o Homem e outros seres vivos.



Pirilampos estão de volta a Kitakyushu




Wednesday, March 14, 2007

Poema em inglês
























When the purple evening shadows

Darken over grassy meadows

Settle down on dewy meadows

Where the daisies grow


When the silent stars are brightening

Then like sparks of tiny lightening

Vivid sparks of harmless lightening

Swarms of fireflies glowing


In the dark entrancing, dancing

As if living stars came dancing

As if twinkling stars came dancing,

Thousands of them there


Every merry little fellow

Wears a lamp of greenish yellow

Soft and cool and bright and mellow

Gleaming in the air



Wednesday, February 21, 2007




                 
                           

                                                             Luz de Luciola lusitanica











                        Bailando no ar, gemia inquieto o vaga-lume:
                          "Quem me dera que eu fosse aquela loira estrela
                              Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!
                     "Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:
                       "Pudesse eu copiar-te o transparente lume,
                        Que, da grega coluna à gótica janela,
                             Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela
                        "Mas a lua, fitando o sol com azedume:
                              "Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela Claridade imortal,
                             que toda a luz resume"!Mas o sol, inclinando a rútila capela:
                          Pesa-me esta brilhante auréola de nume...
                      Enfara-me esta luz e desmedida umbela...
                         Por que não nasci eu um simples vaga-lume?"...


                         Machado de Assis




                       O apanhador de pirilampos


                       A poluição dos escapes, os herbicidas
                               foram-vos empurrando para fora do Pinheiro Manso
                                 antiga minha luz particular em noites doces procuro-vos
                        e nada encontro senão lixo entre as folhas
                         fazeis-me tanta falta neste mundo escuro.


                          Fernando Assis Pacheco, " A Bela do Bairro e Outros Poemas" 

                        (1986)





Como detetar, preservar ou atrair pirilampos no seu jardim





                                                       



Hoje em dia cada vez mais as pessoas procuram refúgio na natureza para refazer energias, meditar, repousar ou apenas observar os encantos naturais. Assim para manter o seu jardim, saiba que nele existe um ecossistema, em regra, muito mais complexo do que alguma vez pensou. Microogranismos, por exemplo, fazem dos nossos jardins autênticos refúgios faunísticos, fazendo deles o local preferido para viverem. Muitos deles, são muito úteis pois mantêm comunidades inteiras vivas!
No mundo natural, os ecossistemas são geridos por leis da sobrevivência em que aspetos da vida, como comer, dormir, acasalar fazem parte do dia a dia, aspetos esses que são familiares até nos humanos. O seu jardim, é a casa para milhares de vidas! Sendo você quem garante a gestão desse microcosmos, cabe a si decidir o futuro do equilíbrio do seu pequeno refúgio natural.
Os pirilampos, um dos habitantes desse mundo desconhecido, são predadores de lesmas, caracóis, minhocas, além de que consomem outros insetos, tendo um papel decisivo na proteção das plantas ornamentais e de outras culturas que tenha no jardim!

Quando,como e onde posso procurar por pirilampos? Os pirilampos geralmente são mais visíveis na fase adulta, quando para comunicarem, colocam-se em locais com boa visibilidade. Isto acontece sobretudo em locais escuros, em que a sua luz se torna mais destacável em relação ao ambiente em redor. Nas bermas de caminhos de terra batida em que cresça vegetação nas margens, junto à margem de rios, debaixo de arbustos, em matas e descampados e em jardins caseiros espaçosos com zonas escuras são alguns dos locais  onde são vistos.
A melhor altura para ver os pirilampos é em Maio e Junho sendo também possível vê-los em Abril e Julho e por vezes mesmo em Agosto ou Março. Isto acontece sobretudo a seguir ao pôr do sol até cerca das 23.30 da noite. Certas espécies mantêm, a atividade luminosa até ao amanhecer! Também são visíveis na fase larvar porque emitem luz igualmente durante esta fase: o tempo de vida de um pirilampo em estado selvagem, na Europa, é geralmente de 2 anos (podendo ser 3 ou até apenas 1), sendo que mais de 90% desse tempo é passado na fase larvar.
Os ovos dos pirilampos são luminosos, sobretudo durante as primeiras horas após serem postos e pouco antes de eclodir. Assim que nascem, já brilham, portanto!
As larvas são luminosas durante todo o ano, mas sobretudo no outono, inverno e primavera, normalmente sempre que as temperaturas estejam amenas e o solo esteja húmido.
Em certas noites húmidas de verão, sobretudo em zonas do litoral ou de montanha, também se podem observar larvas ativas.
 Mas ao contrário dos adultos, as larvas não se colocam geralmente em locais de grande visibilidade, escondendo-se antes entre as ervas, no húmus, na base de muros ou em zonas arbustivas densas, sendo visíveis sobretudo após uma chuvada (ou em noites húmidas) e em locais escuros ou abrigados da luz direta e intensa.
Brilham geralmente de forma pausada e lenta e fazem-no desde pouco depois do pôr de sol até ao amanhecer. É possível que brilhem durante o dia, debaixo do solo.
 Podem ser observadas durante o dia, deambulando em busca de presas: caracóis, lesmas, minhocas e larvas de insetos (tal como à noite).
Como atrair os pirilampos ao meu jardim ou proteger os que existem? Primeiro precisa de saber se os pirilampos existem no seu quintal, fazendo observações com alguma regularidade (veja como, mais acima).
Se após um certo tempo achar que não existem, deverá reduzir as emissões desnecessárias de luz, usando poucas ou nenhumas luzes no jardim. Se precisar mesmo de usar iluminação, use apenas durante o tempo necessário.
As luzes artificiais poluem o ambiente e muito provavelmente, impedem os pirilampos de se comunicar reduzindo a visibilidade da sua luz assim como a capacidade de se detetarem uns aos outros, e até de se protegerem dos predadores, assim como aumentam os gastos económicos.
Para uma lâmpada vulgar funcionar, são necessários muitos recursos, que para ser retirados, transportados e processados poluem ainda mais atmosfera.
 Os pirilampos, por sua vez, utilizam a energia de forma muito mais eficaz, aproveitando de forma útil quase 100% da luz que produzem, enquanto uma lâmpada normal apenas utiliza eficazmente 5%!
Deverá também optar por manter o jardim com alguma variedade de plantas e arbustos, permitindo contudo a presença de alguma manta morta ou húmus nos canteiros assim como algum pequeno amontoado de pedras para fazerem de abrigo não só para os pirilampos, mas como também para as suas presas e vários outros animais.
As zonas abrigadas do sol direto, são particularmente importantes para estes animais.
Para perceber se existem probabilidades de existirem pirilampos no seu quintal, poderá também verificar se existem caracóis e lesmas pois eles são o alimento preferido para vários destes insetos luminosos e sua presença é fundamental para a sobrevivência de uma colónia de pirilampos.
Se por acaso, conseguir determinar que não existem pirilampos no seu quintal , poderá verificar nas redondezas em locais propícios e em passeios noturnos calmamente,  para perceber se eles existem no exterior.
Se o seu jardim for próximo a um local destes, os pirilampos provavelmente até podem ainda existir no seu quintal, mas você é que ainda não se apercebeu.
Dois conselhos importantes: não use produtos químicos no seu jardim como herbicidas ou inseticidas (na verdade prejudicam não só os pirilampos como as águas subterrâneas, os solos e as próprias plantas contaminando e poluindo um pouco de tudo) assim como tente não tirar uma boa parte do húmus dos canteiros, pois este é essencial ao equilíbrio do frágil e delicado ecossistema do seu jardim.
Se o fizer, faça-o apenas parcialmente (mas evite se possível).
Esperamos que isto ajude a garantir a saúde ambiental e beleza do seu jardim. Divirta-se!


Saturday, January 13, 2007

Os pirilampos são controladores de pragas



Muitos pirilampos alimentam-se de caracóis e lesmas, principalmente. Como sabemos, à conta destes moluscos (gastrópodes terrestres), perdem-se milhares e milhares de euros, todos os anos, um pouco por todo o mundo, em culturas danificadas.
Por vezes lesmas e caracóis assumem proporções de praga e podem tornar-se realmente prejudiciais.
Mas os pirilampos, por sua vez, se não forem incomodados podem ajudar a controlar pragas e como predadores eficazes que são, equilibram o ambiente normalizando e estabilizando a ecologia dos locais onde conseguem prosperar.
Curiosidades sobre o assunto:
Na Nova Zelândia foram introduzidos pirilampos provenientes da Europa ( Lampyris noctiluca) para controlar o número excessivo de gastrópodes que estraga as culturas agrícolas.
No Nepal, para travar a invasão de caracóis gigantes provenientes de África, usou-se um pirilampo gigante local e os resultados foram efectivamente interessantes e positivos.
Em agricultura biológica, os pirilampos deviam ser mais respeitados pelo papel benéfico que exercem, pois assim não é preciso usar produtos nocivos ao ambiente e a nós mesmos, como pesticidas, para controlar as pragas que se alimentam dos produtos vegetais que cultivamos.